A hora e a vez das mulheres no surf do Brasil.

          Karina Abras. Foto: Dibulgação

Atual diretora da Federação Catarinense de Surf, Karina Abras explica sobre a ascensão do surf feminino em terras tupiniquins.

O surf feminino no Brasil tem conseguido ganhar espaço num cenário onde os homens eram praticamente soberanos na modalidade. Esse fato é corroborado, sobretudo, pela procura cada vez mais intensa pelos investidores, patrocinadores e pela própria mídia em geral, pelas competições femininas.

Essa conquista das mulheres ganhou projeção, muito por conta do fato da WSL ter utilizado o pagamento das premiações durante as etapas do World Surf League em 2019, pagando valores equivalentes aos recebidos pelos atletas masculinos.

Outro fator importante para o avanço das mulheres na modalidade foi a entrada do surf nas Olimpíadas, que será disputada por equipes em ambas as categorias com pontuações unificadas e tendo o mesmo peso na classificação final.

Para a diretora da categoria feminina da Federação Catarinense de Surf, a surfista Karina Abras, os próximos anos serão promissores para que o surf feminino siga crescendo. “Além de mais oportunidades e incentivo, é provável que tenhamos um crescimento considerável nos valores investidos na modalidade, principalmente porque as duas categorias são cruciais para o que o resultado unificado seja consagrado”, explica.

Ainda segundo Karina, o momento próspero para as mulheres no esporte, difere do visto no passado. “Quando as condições não eram ideais, era a hora das mulheres, sem falar da premiação que era muito inferior à recebida pelo masculino. Hoje, o momento é outro! É hora de valorizar a classe feminina, que está cada vez mais empoderada e em busca de seus objetivos e da igualdade entre as classes”, exalta a paulista, radicada em Santa Catarina, enfatizando ainda o desejo da inclusão de mulheres na arbitragem, na promoção de eventos, além da parte técnica, como professoras e gestoras.

Karina Abras é tricampeã brasileira de surf e ex-top 10 da WSL e decidiu apoiar a candidatura do baiano, radicado no Guarujá, Jojó de Olivença, para a presidência da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e conta porque decidiu aceitar o convite para a diretoria da categoria feminina na Federação Catarinense de Surf.

“As mulheres precisam de autoridade para atuarem e brigarem pela categoria feminina, tanto na gestão como nos torneios. Foi por isso que eu aceitei o convite da Federação Catarinense e, posteriormente, do Jojó para fazer parte da chapa. Sabendo que eu teria liberdade para trabalhar e buscar o melhor para a minha classe no esporte”, exalta.

Projeto Surfa Brasil:

O grupo já trabalha desde março para implementar ideias e projetos para o crescimento do surf, pensando na reestruturação e organização da entidade, otimização dos custos da CBSurf e padronizando a organização dos eventos realizados pela confederação.

No plano de gestão estão inclusos a formação e contratação de profissionais capacitados para o quadro interno da entidade, o estabelecimento de um plano de metas a curto, médio e longo prazo, projetos para reestruturação de todas as entidades ligadas à CBSurf e criação de um cadastro nacional de surf, para atletas, comissão técnica, dirigentes, treinadores, professor e indústria.

Existe ainda uma série de projetos especiais, como a criação de núcleos para jovens de 10 a 17 anos e de oportunidade de capacitação para ex-atletas em um plano pós-carreira. O grupo também está atento às necessidades de se desenvolver parcerias socioambientais com entidades como WWF, Parley e Projeto Tamar.

Na área da educação, a chapa possui proposta para implementar o surf nas escolas e oferecer cursos profissionalizantes aos professores, juízes e treinadores.

Para o setor de desenvolvimento e alto rendimento, visando o surf agora como esporte olímpico, as ideias são de estruturar o sistema de trabalho em diversas categorias, criar uma equipe multidisciplinar para atuar junto aos atletas, avaliar os surfistas em treinamentos e competições, formular planos de desenvolvimentos, estruturar uma rede de apoio complementar aos atletas de categoria de base e implementar um plano de intercâmbio.

A chapa ainda possui propostas de realizar eventos como do amador ao profissional até o máster, buscar parcerias privadas e receitas através da negociação de propriedades, criação de canais de comunicação efetivos, transmissão dos eventos nacionais e geração de conteúdo próprio.

Conheça os integrantes da chapa Projeto #SurfaBrasil:

Jojó de Olivença – Presidente

Nelson Ferreira – Vice-Presidente

Marcelo Andrade – Diretor Executivo

Luiz Henrique Campos “Pinga” – Diretor de Desenvolvimento e Alto Rendimento

Fred Leite – Diretor Institucional

Alexandre Beka – Diretor Jurídico

Carlos Gianotti – Diretor de Desenvolvimento Educacional

Evandro Abreu – Diretor de Marketing

Karina Abras – Diretora de Surf Feminino

Marcio Monteiro – Diretor Técnico

Juca de Barros – Diretor Internacional

Armando Diniz – Diretor Regional – Norte/Nordeste

Darian Ledesma – Diretor Regional – Sul

Luiz Phelipe – Coordenador Adaptsurf

Alemão Maresias – Coordenador Big Waves

Fabio Quencas – Coordenador Master

Por: Surf Today / Fonte: 

Rogério Amador 

Lucas Leite