TÍTULO DESTINADO: JOHN JOHN FLORENCE É O CAMPEÃO MUNDIAL DE SURF 2016.

TÍTULO DESTINADO: JOHN JOHN FLORENCE É O CAMPEÃO MUNDIAL DE SURF 2016.

 
John John cumpriu a profecia e é o novo rei do surf mundial. Com o olhar atento de outro rei. Foto: WSL

John John Florence está de parabéns. E a tribo do surf mundial está em festa. O título mundial alcançado pelo havaiano é um dos acontecimentos mais desejados da história deste esporte, mesmo perante a atual rivalidade com o Medina, porque John John representa muito mais o surfista que o esportista.
O destino há muito estava traçado, ainda com 5 anos já enfrentava a bancada de Pipeline. Cresceu com o status de príncipe do North Shore de Oahu e com a pressão de ser o sucessor de Andy Irons. Mas Florence, é muito mais que um simples sucessor, ele tem um caminho próprio. Já era considerado pela maioria como o melhor surfista da atualidade e agora, tem uma taça que serve como mais uma prova do seu talento surreal.
Há um ano, as sala dos cinemas se enchiam para ver o novo filme de JJF. Foi um verdadeiro sucesso e uma lufada de ar fresco na forma como os filmes de surf são filmados e produzidos. Além de provar ser o mais talentoso surfista do Mundo em todas as vertentes que isso engloba, ainda mostrava ser único na forma de produzir conteúdos cinematográficos.
Agora, ele, celebra o título mundial, embora nesse campo o grande rival Gabriel Medina possa ser considerado o melhor competidor da atualidade, mas desta vez foi o havaiano a fazer a festa, quebrando o domínio do Brasil imposto nas duas últimas temporadas. É um triunfo cheio de significado e que deixam amantes de surf e havaianos em total delírio.
Ajuda inesperada
No surf a lógica é coisa que conta pouco. E, por vezes, o cenário mais aguardado acaba não acontecendo, com  Supertubos ainda bem dispersos desde a véspera da competição, esta terça-feira, tinha tudo para oferecer um dia final épico. E foi, mas não da forma como muitos esperavam, com Jordy Smith tentando levar a decisão do título para o Hawaii até à última onda.
O dia começou com o triunfo de John John Florence frente a Kolohe Andino na primeira semi-final. Era a certeza de que o título estava ao dobrar da esquina. Só faltava saber onde iria ser entregue. Jordy tinha de vencer o evento, mas antes tinha de ultrapassar o rookie Conner Coffin. Todos esperavam por uma final entre o havaiano e o sul-africano.
Contudo, Coffin tinha de lutar pela sua vida na WSL e matou dois coelhos de uma cajadada só, oferecendo o título a JJF, que festejou fora de água, e garantindo a continuidade no circuito para 2017. O título do John John, é outra excelente notícia para os amantes do surf, sobretudo os que adoram ver um surf de rail animal.
Na final, Florence decidiu comemorar com fogo-de-artifício e lançou-se inúmeras vezes para a estratosfera. Trocou os tubos pelos alley-oops e deu mais um recital rumo a vitória na etapa. A festa instalou-se na praia e depois no pódio, onde não faltou cerveja. Nem um hilariante banho no comentador Joe Turpel. Era a festa descomplexada de um campeão genuíno.
Um percurso paradoxal
Criado na maior arena do surf mundial, John John domina as ondas em consequência como ninguém. Não há reef que meta medo ao havaiano. Contudo, não deixa de ser irônico que as duas vitórias alcançadas esta temporada tenham acontecido em etapas de beach breaks. A primeira até foi na casa do grande rival, no Brasil.
Em Portugal, com o avançar da etapa, Supertubos começou a despertar e ofereceu condições ao estilo do havaiano. Ele só poderia agradecer e iniciar uma corrida avassaladora pela vitória. Poucos acreditavam que ele não ía vencer, e nas duas formas, primeiro garantiu o título mundial e depois a vitória na etapa.
Foi o sétimo vencedor diferente em Peniche, em oito anos de etapa. Só Mick Fanning conseguiu repetir o êxito em Supertubos, mas na primeira vez a etapa ainda era The Search. Portugal torna-se assim especial na carreira de John John, que havia garantido a sua qualificação para a elite mundial em junho de 2011, em Ericeira, quando ainda existia rotação no meio do ano.
O título de Florence é ainda mais especial por ter sido o primeiro havaiano a conquistá-lo desde 2004, ano em que o monstro Andy Irons conquistou o seu tri. É o quarto havaiano a ser campeão mundial – Derek Ho e Sunny Garcia também o foram. E a ocasião foi tão especial que até teve direito à participação de Kelly Slater. O rei fez questão de estar ao lado do príncipe no dia da sua chegada ao trono.
Agora, John John Florence já pode descansar. Acabou a pressão para atingir o destino que todos lhe propuseram. A partir de agora já é o melhor surfista do Mundo em todas as suas vertentes. Vai para casa festejar e, quem sabe, cumprir outra profecia:
De vencer o Billabong Pipe Masters pela primeira vez, ali no seu quintal. John John é o nosso campeão, da comunidade, do verdadeiro surfista, do Aloha.
Não podemos esperar para ver Gabriel Medina voltar  mais motivado que nunca em 2017 e elevar ainda mais esta rivalidade…

Por: Surf Today / Fonte: Surf Portugal.